Irã recebe embargo da UE e promete revidar.




Irã recebe embargo da UE e promete revidar

24.01.2012

Principal rota comercial de petróleo pode ser fechada após sanção da União Europeia
Potências europeias exigiram fim de programa nuclear do Irã, que ameaçou fechar estreito de Hormuz

Bruxelas. Os 27 países que integram a União Europeia (UE) aprovaram ontem um embargo gradual à importação de petróleo do Irã como uma forma de exigir o fim imediato do seu programa nuclear. Em reação, o governo iraniano rejeitou as sanções e voltou a ameaçar fechar o estreito de Hormuz, além de anunciar que vai responder às medidas em fevereiro.

"Chamamos a liderança do Irã para suspender suas atividades nucleares imediatamente e respeitar suas obrigações internacionais", disseram França, Reino Unido e Alemanha em um comunicado conjunto.

Embora as advertências dos europeus elevem o tom de condenação, os três países sinalizaram para um possível retorno às negociações caso o Irã cumpra as demandas ocidentais.

"A porta está aberta para que o Irã entre em negociações sérias e significativas sobre seu programa nuclear. Até o Irã voltar à mesa, nós continuaremos unidos com fortes medidas para reduzir a capacidade do regime de financiar seu programa nuclear", diz o comunicado.

Os Estados Unidos também se pronunciaram e citaram as sanções como um "outro passo positivo para o esforço internacional para aumentar dramaticamente a pressão sobre o Irã", de acordo com um comunicado conjunto assinado pelo secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, e a secretária de Estado, Hillary Clinton.

A União Europeia é atualmente o destino final de 20% das exportações do petróleo do país persa. O bloco europeu também fechou acordo sobre o congelamento de bens do Banco Central iraniano e a proibição de todo o comércio com ouro e outros metais preciosos com a instituição e outros órgãos públicos do país.

Rota petrolífera

Em resposta ao embargo gradual imposto pela UE às vendas de petróleo, que se concretiza em todos os contratos já assinados com Teerã apenas em julho, o governo iraniano disse que se pronunciará oficialmente no dia 11 de fevereiro e adiantou que as sanções "estão fadadas ao fracasso" e voltou a ameaçar fechar o estreito de Hormuz.

Mohammed Kousari, vice-presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento, disse que, se Teerã fechar o estreito de Hormuz, "os EUA e seus aliados não serão capazes de abri-lo".

"Se depois do fechamento de Hormuz os EUA responderem, no menor tempo possível o Irã desestabilizará o mundo para os americanos e todos os militares serão obrigados a abandonar o Oriente Médio", disse.

Kousari afirmou que "a experiência demonstrou que a maior parte das sanções ocidentais contra o Irã contribuíram para o progresso da nação iraniana".

Para o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, as medidas da UE são "injustas" e "fadadas ao fracasso". "A ameaça e as sanções injustas estão fadadas ao fracasso e não impedirão o Irã de obter seus direitos em matéria nuclear".

Rússia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, condenou e classificou como "unilaterais" as medidas da UE. "As sanções unilaterais não fazem as coisas avançarem", disse, informando que a Rússia trabalhará para que "todas as partes se abstenham de tomar decisões bruscas e para que as negociações sejam retomadas".

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